Eu não sou ele.

Quem sou eu? Certamente não sou outra pessoa. Eu sou eu e ponto, pronto, ces ´t fine. Certo? Depende. Quando estamos nos relacionando as pessoas insistem em nos confundir com nossos parceiros. Como se você não se bastasse e houvesse um "avatar" seu por aí (é , eu assisti ao filme, por sinal, péssimo filme!). Quando a gente mora com alguém, ou está noiva, até vá lá, afinal se leva a vida junto, presumimos um futuro a dois, casamento em vista, cerquinhas brancas... Mas um namorado de pouco tempo, espera aí. Dá vontade de gritar: " Eu sou uma pessoa, ele é outra. Não, eu não sei onde ele está! Não, ele não vem hoje! Não, eu não sei porque ele não atende o celular! Não, eu não sou indispensável à sua festa só porque sou namorada dele! Não, eu não vou pedir pra ele arrumar um emprego ou parar de: beber, fumar, comer, etc..."

Mas o que é mais chato mesmo é ser cobrada por tabela. Se vai ao Mercadinho: "Olhe avise a fulano que ele tá devendo um toddynho aqui!", em casa: "Você falou pro fulano que tá devendo R$ 200,00? Ele mandou o dinheiro por você?", a futura-provável-sogra: "Porque ele está assim-assado? Porque ele fez tal coisa? Cuide bem do meu filho hein?", um amigo, seu irmão, sua mãe, sua tia, sua prima, sua vizinha, seu papagaio, o resto da colméia de plantão e quem tenha boca: " Se eu fosse você não aceitava isso não, porque você não fala pra ele: te tratar melhor, se ajeitar, parar de sair, tomar juízo, se vestir melhor, cortar aquele cabelo, engordar, emagrecer, etc...!".

Sinceramente não há "cão que aguente",por isso cantemos ao som de Raul Seixas a minha ora revolta a essa crise de personalidade inversa e incutida " Eu sou eu e o nicuri é o diabo..."