sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Como os homens são maravilhosos!

Não tenho qualquer dúvida de que ter um homem apaixonado, de preferência por perto, mas não em demasia, nos faz bem ao ego. Os piquenos brindam-nos com rosas (e ignoremos os espinhos, por ora!), escrevem-nos poemas (ou copiam-nos, mas não interessa nada!), compram-nos postais cor de rosa e aos corações do mais shocking que existe, olham para nós com aquela expressão que têm os cães da União Zoófila e enchem-nos os dias de amor e romance. Os mais dotados e dedicados trazem o pequeno almoço à cama, esganiçam Adriana Calcanhoto ao ouvido, levam-nos às Caraíbas (e algumas de nós até ficaríamos por lá), oferecem-nos livros maravilhosos e Cd’s inesquecíveis. Os mais tradicionais gostam de nos levar a jantar fora aos restaurantes da moda, os artísticos preferem levar-nos ao teatro ou exposições ridículas, ou talvez não!


Fazem-nos sentir a nós mulheres bonitas, únicas, amadas e desejadas. Chamam-nos Pequeninas, Princesas e outras delícias para o ouvido e o coração, enchem-se de paciência para ouvir os nossos desabafos e alinham com os nossos amigos. Alguns até têm um dom especial para lidar com as nossas mães, mas isso é uma singularidade rara, não podemos contar com ela no comum mortal.


Até ao dia. O dia em que acordam e ficam com dúvidas, acendem a luz de alarme do complicómetro e começam a pensar no-que-é-que-isto-vai-dar, ou então ligam o radar que é outra peça que vem sempre acoplada ao macho e descobrem que o mundo está cheio a abarrotar de Princesas, Pequeninas e outros seres maravilhosos com longas pestanas, calças de ganga justas e cabelos compridos. E que muitas delas, coitadinhas, estão tão sozinhas, mesmo a precisar de companhia.


Como dizia o outro – desculpem andar-me a repetir com citações, parece que já usei esta, mas para mim é mais ou menos como o puré de batata nos menús dos colégios, dá para tudo – o homem caça e luta, a mulher intriga e sonha. E caça mesmo. Perdizes, narcejas, galinholas, Cláudias, Kátias ou Luisas, tanto faz. Ao meio dia num campo descoberto ou às cinco da manhã na pista do Via Rápida, não é relevante. O que o Homem gosta é do acto predador: se é um safari no Quénia ou uma saída na movida portuense, tanto faz. Há que apanhar uma presa e dar-lhe cabo do canastro. O que é preciso é um tipo manter-se vivo, dizia-me outro dia um caçador nato. Como se a vida dependesse disso.


E se nunca nos esquecermos que são como os iogurtes: saborosos, docinhos, deliciosos, mas com prazo de validade, os homens são maravilhosos. Mas há que olhar para o lado do bom da coisa e fazer como diziam os romanos carpe diem, que é como quem diz, aproveitar o dia e esperar pelo dia seguinte sem esperar nada. Com um bocadinho de sorte, pode ser que ele ainda lá esteja, ou telefone, ou não lhe tenha apetecido ir às cerejas. Ou às Cláudias.



Nenhum comentário:

Postar um comentário