quarta-feira, 9 de junho de 2010

Traumas.

Ontem meu pai chegou a casa. Logo depois iniciou-se uma discussão. Tudo por que ele não achou suas chinelas, emendou uma briga sem nexo com minha mãe. Casais felizes também discutem. Tudo bem. O problema é que toda feita que isso acontece eu volto a ter cinco anos de idade de novo.
Lembro dos atritos dentro de casa. Dos meus pais circulando em volta de uma mesa enorme que tínhamos, do pavor que eu sentia. Eu sempre ia para meu quarto e ficava esperando tudo passar. Depois, se eu aparecesse na frente de qualquer um dos dois, virava o saco de pancadas deles.
Aliás, até hoje é assim.Mas agora tenho minhas técnicas, apago as luzes, me tranco no banheiro, leio um livro, aperto os ouvidos com as mãos e saio da rota de colisão de quaisquer deles. Mas o medo inconsciente está lá.
Se um dia eu tiver filhos terei o cuidado de não discutir na frente deles. São lembranças desagradáveis que nos acompanham o resto da vida. Não tem psicólogo que cure os traumas de uma garotinha que cresceu.

10 comentários:

  1. Um abraço forte e votos de muita força de Portugal.

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  2. Deste mal eu estou livre !!!!!!
    Meu pai mudou para SC quando eu tinha 3 aninhos

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  3. Caro amigo patrício.
    Obrigada pelas felicitações, muita gentileza de sua parte. Deus o ilumine.
    Tiburciana,
    Eu não sei como seria crescer com os pais separados. Mas acho que não muda muito não. As brigas só mudam de CEP.

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  4. Garotinha, linda...

    Papai e mamãe brigam mesmo e muitos pais, mesmo sem querer, descontam nos filhos, no cachorro, na empregada... mas eles não fazem isso por mal, não. Relacionamentos sem desentendimentos não existem, isso você já sabe.

    Eu também me trancava no quarto e fiquei marcada porque lá em casa voava prato, copo, essas coisas. Televisão não pq é caro né? (rs). E até preferia que o meu pai não chegasse em casa.

    Mas um ex-namorado meu dizia que "não importa o que o mundo fez comigo, importa o que eu faço do que o mundo fez comigo". Mas ele deve ter lido isso em alguma traseira de caminhão. rs rs rs

    Um bom dia dos namorados pra você.

    "Quem sabe eu 'inda sou uma garotinha..."
    : )

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  5. Mulher,
    Sim, isso é bem verdade, dentro de nós existe sempre a danada da garotinha. E espero que seu Dia dos Namorados tenha sido tudo de bom.
    Quanto a seu ex-namorado, eu prefiro a utilidade da mensagem à sutileza da linguagem. Vê, até hoje você lembra o que ele disse. Serviu.
    Gerundino,
    Sua sinceridade é comovente. O ruim é que quando o estado etílico acaba o trauma ainda está lá. Beeeeeem sóbrio.

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  6. faz tempo que não bebo... faz tempo que não me divirto... o trauma continua lá... mas só por alguns segundos ele some..

    Posso exagerar ao disser que acho errado beber pra esquecer, mas quando não se tem mais saída. Junte os amigos e bem, aquelas 3 smirgnoffs ajudam...

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  7. Ave Gerundino,
    Você está coberto de razão amigo. Afinal merecemos nossos 15 minutos de fama e uma madrugada de esquecimento. Ora pois se "in vino veritas" eu prefiro o entorpecimento que ele causa. E eu acho certíssimo beber para esquecer, porque não? Então fi, vamos as Smirnoffs da vida. E vê se desentoca. "Andiamo"
    -"...você é muito novo pra tanta tristeza..."

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  8. Engraçado, vc disse uma coisa que é certa: o terror que gela o peito ao ver pais brigando...
    Trava tudo. Só o choro escapa, só ele aparece.
    Não houve brigas homéricas em casa (uma, que me lembre), mas foi à mesa... Muita agresividade no ar.

    Estaremos por aqui.

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  9. Sylvio,
    Ainda bem que você não presenciou nada tão traumático em casa. Agora sei de onde vem seu equilíbrio e presença de espírito.
    Eu estarei aqui também, meu amigo. Enquanto blog eu tiver.

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