Meu check-in

Quase tudo pronto. Bagagem: uma mala fechada, lacrada, identificada. Bolsa-bag com maquiagem, cosméticos, perfume, mouses, pen-drive. Bolsa de mão com celular, carregador, documentos variados, chaves, netbook, remédios. No bolso do casaco, declaração do médico para meu embarque com medicamento controlado, passagem, identidade, carteira de cigarros, isqueiro. Roupa para a viagem separada no "closet".

No coração um amor,a expectativa, a saudade e a esperança. Na mente o rosto dele, pensamentos, preocupações. No corpo a febre causada pela ansiedade. No rosto a marca das noites insones. Mas na alma vai a Fé, maior bagagem, a melhor, a que não se extravia, a que não expira o prazo, nem tem visto, não necessita declarações nem check-in. Amanhã às 17:10, em tuas mãos senhor...

"Andar com fé eu vou que a fé não costuma falhar
1. Que a fé tá na Mulher
a fé tá na cobra coral, num pedaço de pão
Que a fé tá na maré, na lâmina de um punhal
na luz, na escuridão
2. Que a fé tá na manhã, a fé tá no anoitecer
no calor do verão
A fé tá viva e sã, a fé também tá pra morrer
livre na solidão
3. Certo ou errado até a fé vai onde quer que eu vá
A pé ou de avião
Mesmo a quem não tem fé, a fé costuma acompanhar
pelo sim, pelo não."

Gilberto Gil

Premonição?

Dia monótono no escritório. Após uma noite mal dormida, encosto-me no sofá e durmo. Sonho que perdia minha bolsa em meio a uma confusão tremenda. Acordo sobressaltada.

Lembro que tenho de ir ao banco antes das quatro horas da tarde. Corro.

Perto do caixa eletrônico reviro minha bolsa atrás da minha carteira. Nada. Meu Deus, que desespero! Deixei no escritório, em casa, caiu na rua, deixei no banheiro do shopping?

Queria que meus sonhos se tornassem realidade, mas não é pra tanto.

Desculpe, mas não dá mais pra aguentar.

Porque eu preciso assistir filmes, programas, novelas e jornais na TV. Gostaria muito de trabalhar sem horários conflitantes, conversar sobre variados assuntos, não ouvir apitos estridentes a todo momento e nem fingir que me lixo pra lixo.

OBS. Copa fica ao lado da cozinha e kk é um "emoticon", não é? Deixemos as coisas em seus devidos lugares novamente.

Apaixone-se

Tenho uma amiga que não tem muita sorte no amor. Toda vez que nos falamos no msn, ela me conta mais uma estória e mais um coração partido. Ela é tão especial, inteligente, doce, bonita, estilosa, tem um bom emprego. Eu fico sem entender o que acontece, mas torço e rezo muito para que ela encontre o amor ou ele a encontre. Da última vez que nos falamos, ela estava sozinha há um bom tempo. Muito decepcionada e amargurada disse-me que daria uma pausa às coisas do coração.
Hoje vi que ela mudou o estado civil no Orkut para "namorando". Fiquei feliz. Quem sabe agora? A gente nunca sabe, não é? Quero muito ver aquele rostinho dela sorrindo. Enviei o vídeo abaixo para ela, a bem da verdade eu o enviaria a todas as pessoas que conheço.

Dentista e cliente distraídos.

Sempre cuidei muito bem dos meus dentes. Primeiro por razões de saúde e outras estéticas. Sou fumante e bebo muita coca-cola. Ante esses fatores não há como exibir um colar de pérolas em um sorriso. Então dá-lhe limpezas constantes e branqueamento químico.

Hoje ao passar em frente a um consultório dentário, perto do meu escritório, nem titubeei, resolvi fazer uma visitinha. Estava na hora de um jogo, e eu o sabia vazio. Realmente o dentista estava sentado, olhando seu futebolzinho e me atendeu prontamente. Pedi uma simples limpeza.
Ele praticou todo o procedimento assistindo ao maldito jogo. Em meio a dor e a indignação ao ver meu odontólogo tão distraído, lembrei que não havia indagado o preço da consulta.
Placar: DENTISTA + 130 reais X CLIENTE - 130 reais.

Saudades VI- A ida.

Após uma longa e franca conversa com meu namorado nos entendemos. Ele alugaria um quarto e eu iria vê-lo. Cumprimos as promessas. Ontem ele alugou seu cantinho e na mesma hora eu comprei o bilhete.

Dia vinte e cinco de junho, as 17:10, embarcarei para os braços dele; com uma passagem só de ida.

A prima triste.

No Dia dos Namorados minha prima apareceu aqui. Ante o inusitado, pergunto pelo namorado. O primeiro namorado aliás. Ele não havia telefonado, nem iria aparecer. Perguntei se o "ambiente" doméstico havia melhorado. Os pais dela não se falam mais e minha tia faz dias que está no apartamento do meu irmão, em outro Estado. Perguntei sobre o trabalho, a faculdade, ambos insatisfatórios. Perguntei sobre a cirurgia que ela quer fazer para redução de estômago, ela disse ser muito cara. Seus olhos haviam envelhecido pelo menos dez anos desde a última vez que a vi.

Descemos e ofereci morfina para a dor que ela sentia: três Smirnoff Ice goela abaixo, uma calçada para sentar, uma prima quinze anos mais velha para conversar, ouvidos atentos e sorrisos francos. Subimos e ela dormiu até o meio dia de domingo. Saímos para almoçar e tomar um sorvete depois.
Eu, minha mãe e ela, sentadas em um banco, olhando o mar, com nossos respectivos escapes gelados na mão. Após minutos de silêncio, ela vira e pergunta: "Com a experiência que vocês tem, me digam, vocês acham que minha família vai voltar a ser o que era?".

Contive as lágrimas. Deixei para minha mãe o papel da pseudo-psicóloga. Mas naquele momento eu daria tudo para que houvesse um meio de transmitir o que eu sentia, o que eu sabia para ela. Uma osmose mental, um cabo USB, qualquer coisa. Queria tanto que ela entendesse que tudo passa. Que namorados vem e vão, e o primeiro nem sempre é o último, quase nunca é. Que homens a amarão e ela os amará muito e muitas vezes. Que um coração partido , cicatriza. Que nossa família nunca voltará a ser o que era, mas nós podemos nos acostumar com o que ela se tornou. Que ser gorda não é empecilho para a felicidade, quando mais nova fui obesa e sei disso. Que o trabalho e nossa profissão podem não ser perfeitos, nem o que esperávamos deles,mas nos trarão algumas glórias pessoais e júbilos íntimos.
Eu me calei, com a minha amargura e minha pequena ciência do mundo. O gosto de sapoti gelado agora terá sabor de moça nova, virgem de tudo.

Traumas.

Ontem meu pai chegou a casa. Logo depois iniciou-se uma discussão. Tudo por que ele não achou suas chinelas, emendou uma briga sem nexo com minha mãe. Casais felizes também discutem. Tudo bem. O problema é que toda feita que isso acontece eu volto a ter cinco anos de idade de novo.

Lembro dos atritos dentro de casa. Dos meus pais circulando em volta de uma mesa enorme que tínhamos, do pavor que eu sentia. Eu sempre ia para meu quarto e ficava esperando tudo passar. Depois, se eu aparecesse na frente de qualquer um dos dois, virava o saco de pancadas deles.

Aliás, até hoje é assim.Mas agora tenho minhas técnicas, apago as luzes, me tranco no banheiro, leio um livro, aperto os ouvidos com as mãos e saio da rota de colisão de quaisquer deles. Mas o medo inconsciente está lá.

Se um dia eu tiver filhos terei o cuidado de não discutir na frente deles. São lembranças desagradáveis que nos acompanham o resto da vida. Não tem psicólogo que cure os traumas de uma garotinha que cresceu.

Dicas para manter seu nível de insanidade.

Recebi esse email, achei o máximo e me surpreendi em saber que meu nível está satisfatório.

"MANTENHA SEU NÍVEL DE INSANIDADE

1) No horário do almoço , sente-se no seu carro estacionado, coloque seus óculos escuros e aponte um secador de cabelos para os carros que passam. Veja se eles diminuem a velocidade.

2) Insista que o seu e-mail é:Xena.Princesa.Guerreira@nomedaempresa.com.br ou ….. Elvis.O.Rei@nomedaempresa.com.br .

3) Sempre que alguém lhe pedir para fazer alguma coisa, pergunte se quer que fritas acompanhem.-normalmente eu digo que só faço dependendo dos agrados.

4) Encorage seus colegas de sala para fazer uma dança de cadeiras sincronizada com você.- normalmente quando eu começo a gargalhar e faço com que todo mundo ria junto e eles nem sabem o porquê.

5) Coloque a sua lata de lixo sobre a mesa e escreva “Entra” nela.

6) Desenvolva um estranho medo de grampeadores.- eu tenho medo de trator , vale?

7) Coloque café descafeinado na máquina de café por três semanas. Quando todos tiverem superado o vício à cafeína, mude para expresso.- às vezes eu troco por chá e não ofereço minha coca.

8)No canhoto de todos os seus cheques escreva “Ref. favores sexuais”.

9) Sempre que alguém lhe falar alguma coisa, responda com… “isso é o que você pensa”.-isso é de lei.

10) Termine todas as suas frases com ….”de acordo com a profecia”.-eu falo "reza a lenda" no começo das frases.

11) Ajuste a brilho do seu monitor para o que o nível dele ilumine toda a área de trabalho. Insista com os outros que você gosta desse jeito.

12) Não use pontuações.-isso não dá, sou escrava da Língua Portuguesa.

13) Sempre que possível, pule ao invés de andar.- eu sempre que posso danço andando.

14) Pergunte às pessoas de que sexo elas são. Ria histericamente depois que elas responderem.

15) Quando estiver em um “drive-thru”, especifique que o pedido é para viagem.-eu digo que é pra viagem e ainda peço guardanapos, katchup, maionese, mostarda, palitinhos, limão...

16) Cante junto na ópera.-quem não faz isso?

17) Vá a um recital de poemas e pergunte por que os poemas não rimam.

18) Descubra onde o seu chefe faz compras e compre exatamente as mesmas roupas. Use-as um dia depois que o seu chefe usá-las. Isso é especialmente efetivo se o seu chefe for do sexo oposto.

19) Mande e-mails para o resto da empresa para dizer o que você está fazendo. Por exemplo:

“Se alguém precisar de mim, estarei no banheiro, na cabine 3″.-eu aviso aos porteiros onde estou.

20) Coloque uma tela de mosquitos ao redor do seu cubículo. Toque um CD com sons da floresta durante o dia inteiro.- eu coloco sons de flauta, músicas religiosas, Enya e Punk Rock.

21) Com cinco dias de antecedência, avise seus amigos que você não pode ir à festa deles porque não está no clima.- isso é minha cara.

22) Ligue para o CVV e não fale nada.

23) Faça seus colegas de trabalho lhe chamar pelo seu apelido, “Duro na Queda”.

24) Quando sair dinheiro do caixa eletrônico, grite.

25) Ao sair do Zoológico, corra na direção do estacionamento gritando: “Salve-se quem puder, eles estão soltos!”.

26) Fale para o seu chefe… “são as vozes na minha cabeça”.

27) Na hora do jantar, anuncie para os seus filhos: “Devido à nossa situação econômica, teremos de mandar um de vocês embora”.

28) Todas as vezes que você vir uma vassoura, grite : “Amor, sua mãe chegou!”.-quando eu vejo uma eu digo que agora vou pra casa.

29)Sempre acene para estranhos.- faço isso principalmente com as velhinhas do Bairro onde trabalho, elas sempre me cumprimentam de volta e algumas ainda perguntam " Como vai sua mãe" ?

30) No restaurante peça ao garçom uma cadeira para seu amigo imaginário.- peço uma para minha bolsa que, a bem da verdade, é minha melhor amiga."

Nada como um sono induzido.

Ontem assisti a entrevista do Oliver Stone na TV, comi duas tangerinas, cortei meu cabelo, tomei aquele banho, deitei, liguei o ar, fiz minhas orações. O sono não vinha, duas pílulas para dentro. Pronto, todo o infernal Feriadão esquecido, os problemas e as contas esquecidos, o sono reparador veio sem sonhos.

Acordei quase na hora de sair, com uma agradável sensação de relaxamento e paz. Passei no banco e depositei meu cheque, comprei minha coca, peguei sol no rosto com satisfação. Minha prima de quatro anos estava no escritório, joguei bola com ela, desenhei com ela, vi fotos com ela, estraguei a resma de papel do escritório com ela, nem liguei de pagar um Bingo para a escolinha, nem de comprar um produto da Avon, que minha prima vende. Subi oito lances de escada segurando uma sacola dessa prima, mãe da infante priminha. A carga pesava uns quinze quilos aproximadamente, não cansei, nem suei, não reclamei ou nem notei. Que dia maravilhoso!

Meu reino por mais uma cartela de calmantes.

A vida não é simples.

Que bom que Deus ainda confia em mim, me enviou um problema e dos grandes. Meu namorado quer que eu vá vê-lo, que leve um currículo para arrumar um trabalho, passar o Dia dos Namorados com ele num hotel da cidade (ele mora com outras pessoas) e posteriormente ir embora.

O que eu escrevi até me arrepiou agora, eu acho que ele deve pensar que quero "roer a corda" mas não o verei nesses termos. Na minha cabeça eu vou atravessar o país para dar pro meu namorado, num hotel (parece que estou saindo com homem casado), e bem ou mal eu tenho um trabalho aqui. E ele vem pagando minhas contas!
Sem remorsos, eu não deixei minha namorada em lugar algum, eu não abandonei nada, ninguém. Eu não deixei nada pra trás.
Para piorar eu tenho andado tão triste, solitária e desesperançosa que não posso mais dar o apoio que ele precisa. Estou é precisando de apoio. Sinto tanta peninha de mim mesma que dá nojo. Choro tanto que dá raiva. Eu sinto falta da minha vida, sinto falta dele mas eu sei que se eu fizer coisas por impulso eu sentirei falta de mim.

A vida é insuportavelmente complicada.

Simples.

Dias corridos. Voltei ao quarto com suíte. Fiz minha pequena mudança aos poucos, batons, roupas, esmaltes, lingeries. Quanta tralha! Meu irmão voltou a terrinha, ele mora agora a uns trinta passos do apartamento dos meus pais.

Ontem minha cunhada fez trinta anos, comemoramos no apartamento novo dele. Assistimos clipes antigos, o show do Michael Jackson e eu resolvi parar de fumar no dia em que precisaram de um fumante para acender a vela do bolo.
Olhei para os lados, eu tenho sorte, tenho uma família pequena mas unida. A vida às vezes fica tão insuportavelmente simples.

Creio que tenho que mudar o visual.

Sabe o que eu descobri sobre mim mesma essa semana? Quanto menos roupa eu uso, mais religiosa eu sou. Por circunstâncias posteriormente- ou não- explicáveis ,precisei utilizar-me do transporte coletivo de minha cidade. Para não chamar atenção de ladrões ou de importunos assovios acimados em adaimes, vesti minha roupa mais discreta e escura, guardei as jóias na bolsa, prendi o cabelo num austero "coque" e pus o maior óculos escuros que tenho.
Depois de um cansativo dia de trabalho, resolvo me livrar da aparência "cuidado-comigo-sou-uma-advogada-séria". Solto meu cabelo, arregaço as mangas da blusa, retiro o cachecol, reforço a maquiagem, um perfuminho para disfarçar o cheiro do cigarro. Na parada de ônibus pergunto a uma senhora ,muito sexy aliás, se sabia se o meu GOL (grande ônibus lotado) passaria ali. Ela me responde e do nada, com voz alta e firme, para todos que quisessem ouvir, dispara:

-Você é crente?

Amanhã mesmo eu corto o cabelo, coloco um lenço vermelho no pescoço e esmalto as unhas de rosa.

Faxina doida

-Mãe, pede pra menina limpar o quarto aqui e o banheiro.

-Ela está esperando você sair...
-Eu já saí, voltei...
-Não aperrei ela não. Ela está doente.
-O que ela tem?
-Ela está nervosa, me disse que não dorme direito.
-Poxa, o que houve?
-Uma amiga disse que tinha sonhado que o marido dela morria.
Se eu soubesse que minha mãe era tão condescendente com a loucura, eu tinha pirado quando adolescente.

Roqueiro tem senso de humor.

Sempre fui fã de rock. E sempre ouvi dizer que os apreciadores dessa arte são criaturas soturnas e enfezadas por natureza, dados a poucos sorrisos e afetos. Pois aí está Ozzy Osbourne (o eterno vocalista do Black Sabbath), logo o metaleiro que mantinha a indigesta dieta a base de morcegos, a desmentir os boatos.

O que adorei mesmo foi a menininha dizendo "It´s so real!".

Saudades V- Uma mera questão de tempo.

Quatro e meia da tarde. Interurbano.

-Amor, quer saber como foi minha entrevista?
-Sim. Pode dizer.
-Pode arrumar as malas.
-O quê?
-Pode arrumar as malas. Estou empregado.
Fecho os olhos, as lembranças vem com as lágrimas.Uma pequena película mental. Minha convicta solteirisse, a conquista, o medo, as fugas, a negação do inevitável. A paixão na mente e no corpo , a cama com cheiro de outra, as brigas, o ciúme, as diferenças, a falta de dinheiro, um começo difícil. A paixão transmutando em amor, a vida melhorando, os passeios, nosso reveillon juntos, nossa rotina maravilhosa, os mimos mútuos, a cumplicidade, o apoio, os sorrisos, o amor bem feito em nossa cama. A mudança, a viagem, o desespero, as rezas, as promessas, os amargurantes e diários choros, a solidão, a espera. A saudade e a saudade e a saudade.
Agora será tudo uma questão de tempo. Como sempre o foi.

Sempre fale de amor com uma anciã.

Como eu sempre digo: um dia não é de todo perdido. Entra-me no escritório um senhor e uma senhora, ambos com mais de sessenta anos. A cruz no pescoço, as vestes brancas e a exclamação ao ver o quadro de Nossa Senhora, cativaram-me logo. Eles eram o meu número.
Explico pormenores do contrato, nos despedimos com solenes apertos de mão.
A senhora fala ao marido-"Vamos logo amor, já está quase na hora de expôr o Santíssimo".
Olho o relógio quase quinze horas. Corro, a encontro no corredor.
-A Senhora me faria um favor?
-Se eu puder...
-A senhora colocaria uma intenção para mim?
-Qual o nome da pessoa ou o pedido?
Digo o nome de meu namorado. Ela compreende, me olha com aqueles olhos de quem sabe muito sobre a vida, a fé, o amor e seus meandros. Aperta minhas mãos entre as dela e diz:
-Coloco sim minha filha. Tudo vai dar certo, viu?
E sorri um sorriso de anjo.

Nota da escritora do blog: Expôr a Santíssimo é um ato litúrgico da Igreja Católica em que um ostensório é posto em lugar alto, as vistas de todos, para a adoração dos fiéis ,que em muda comtemplação fazem pedidos, meditam sobre o sofrimento do Cristo, etc... Abaixo dessa peça as pessoas costumam colocar pedidos , nomes de pessoas, orações. A isso se dá o nome de intenção. Normalmente o horário escolhido é o da hora da morte de Jesus -15:00.

Nunca peça a uma anciã para ela falar mais baixo.

Hoje acordei com a firme determinação de ter um dia maravilhoso. Na loja de conveniência, compro cigarros e uma coca zero dois litros. Brinco com a caixa dizendo-lhe que possuia um bom gosto incrível, ela sorri perguntando o porquê, estávamos com o mesmo anel, risos gerais.

No shopping cumprimento a todos com meu melhor sorriso. O dia parece auspicioso.

Mal me acomodo na poltrona, entra uma senhora com seus sessenta invernos, cabelos desgrenhados, olhos acinzentados e enlouquecidos.

O assunto não era comigo. Viro-me para o computador prestes a ouvir "Born to be wild", feliz da vida com a possibilidade de um dia vir a sentir aquele vento nos cabelos novamente encimada numa moto.

A senhora vocifera impropérios contra meu colega de trabalho e minha mãe. Levanto-me e fecho a porta que ficara meio aberta à sua entrada. Encosto minha mão no ombro da indignada "soprano" e digo gentilmente:

-Senhora por favor, abaixe o tom de voz.

A idosa me olha com olhos raivosos e o assunto também passa a ser comigo. Pronto, por um "dá cá aquela palha" lá se ia a paz desse maravilhoso dia.

Uma tragédia evitada pela força do amor e do sangue.

Resolvi ceder os remédios que aquele médico receitou para mim para minha tia. A depressão dela é severa e não tem plano de saúde.

Após colocar os remédios na caixa de correio, ligo para avisá-la.

Ouço no outro lado da linha uma voz gritando e dizendo.

-Não venha para cá!

Minha mãe ao volante, digo - Faz a volta vamos no escritório da tua irmã, estou ouvindo pelo celular que uma tragédia vai acontecer.

Ao celular, gritos de homem e mulher em mútuas ameaças. Chegamos, nem esperei minha mãe descer do carro. Aperto a campainha, um estabanado e aterrorizado rapaz corre atrás de mim perguntando- "A senhora quer falar com quem? Anuncio a senhora?"

As escadas, os urros aumentavam, meus nervos no lugar, a porta.

O escritório destruído, um cenário alarmante, os dois "birots" um de frente ao outro, palavras com ameaças de morte, objetos sendo atirados. A densa e ,tão já minha conhecida, presença do desespero e suas tramas.

Dentro da gaveta do "birot" a arma que eu sabia contida ali.

Olho para aquele homenzarrão, com quarenta anos a mais que eu, poderoso, maçon, dono de terras, comércios e prestígio. Não sei de onde, nem como, nem de onde veio a força e a firmeza na voz, com um gesto de mão digo:

-Senta e se cala.

Minha mãe leva minha tia para fora, pego a pasta dela e saímos.

Olho de esguelha, meu tio continuava sentado e silente.

Cacete de agulha

Quinta passada fui tomar a vacina anti-tetânica e contra o H1N1. Na fila vendo aqueles olhos apreensivos, principalmente dos marmanjos presentes, lembrei desse vídeo antigo que toda vez que vejo rolo de rir.

Pílulas para a infidelidade masculina?

Ontem fui ao médico, minhas dores no corpo voltaram. A bendita Fibromialgia.

-Olá, como está passando?

-Doutor, minhas dores no corpo voltaram.

-Alguma causa de estresse recente?

-Acho que sim. Meu namorado foi morar em outro Estado, sinto muita saudade.

-Sei. Um vazio, uma angústia, não é?

-Sim.

-Choros constantes e sentimento de perda, não é?

-Sim. Ainda mais porque com a distância a insegurança, o vazio e a angústia aumentam, sabe?

-Certo. Deixe eu explicar-lhe algo, isso é o que chamamos de "luto emocional". Muito comum nesses casos. O medo da perda dá-se ao fato que você deva estar insegura longe dele. Medo também que ele arrume outra pessoa talvez e esqueça você. Mas olhe vou te dizer se qualquer mulher tem um parceiro que seja absolutamente fiel, ela tem 90% de chances de estar se relacionando com um homossexual.

Faço cara de espanto, as lágrimas vem aos olhos. O infeliz faz aquela cara de "coitada-ela-não-sabia" e ainda completa:

-Não fique chateada. É que as mulheres não entendem isso. É instintivo e próprio do sexo masculino.

Desabei num choro convulsivo. Ato contínuo ele saca o talonário de receitas e me prescreve anti-depressivos e calmantes.

Saudades IV- O "cercadinho" e o FedEx.

Quinze dias distante e primeiro fim de semana sozinha. Equipei-me toda, três filmes para assistir: "A Paixão de Cristo", "A casa do lago", "U2-vertigotour live in São Paulo. Três livros: Agatha Christie- "Morte na Praia", Lima Barreto- "Contos" e "A vida de Siddartha Gautama-O Budha".

Mas o que me salvou mesmo foi o netbook que ele me deu antes de ir embora. Passamos o dia conversando pela web cam. Na hora de dormir ele pediu para eu ligar o TeamViewer, virar a câmera para a nossa cama (a mesma que dormíamos em seu antigo apartamento e ficou comigo), queria me colocar para dormir, me vendo e depois desligar o computador.

Quando estávamos juntos nunca dormíamos na mesma hora então ele me colocava para dormir, um travesseiro na cabeça um atrás de mim, um entre as pernas, um lençol na cabeça e um no corpo, era um ritual que denominamos de fazer o "cercadinho". Dizia sempre- "Boa noite meu amor, durma com os anjos, pegarei as estrelinhas. Nossa Senhora te proteja" , me beijava e dizia "eu te amo".

Dormi sábado e domingo ouvindo as mesmas palavras vindas da fria máquina, mas sua presença era tão pungente que podia sentir até o cheiro dele, o molhado do beijo, suas mãos ajeitando meu cabelo esparramado na cama. Mas nada, nada disso, sublima o calor do corpo dele, seus olhos amarelos, sua ternura, seus cuidados, a presença física.

Estou pensando seriamente em me despachar no próximo FedEx.

Egoísmo mata? Morri.

Meu irmão bateu o carro essa semana, tá doidinho. Que sentimento de culpa eu estou, o coitado está lá, nervoso, tendo que resolver tudo sozinho e eu aqui só pensando no meu nariz. Sei como é fazer mudança, troquei de lar umas dez vezes na vida. Meu primo é que brinca comigo que aquela música do Legião é minha cara -"já morei em tanta casa que nem me lembro mais."

É um tal de encerrar contas, mudar o endereço para correspondência , vender coisas, empacotar umas, jogar fora outras, vender apartamento, frete, condomínio, luz, internet...
A imagem que me vem agora dele é daquele menininho loiro que no meio da madrugada, com medo, com seu ursinho marrom nos braços e nossa cadela atrás dele, batia a porta do meu quarto, procurando proteção, ajuda e apoio.
Vem meu irmão, eu durmo na sala mesmo caramba, será muito bem-vindo.

Saudades III- Uma semana.

QUI NEM JILÓ

Composição: (Luiz Gonzaga / Humberto Teixeira)

Se a gente lembra só por lembrar

Do amor que a gente um dia perdeu

Saudade inté que assim é bom

Pro cabra se convencer

Que é feliz sem saber

Pois não sofreu

Porém, se a gente vive a sonhar

Com alguém que se deseja rever

Saudade intonce aí é ruim

Eu tiro isso por mim

Que vivo doido a sofrer

Ai, quem me dera voltar

Pros braços do meu xodó

Saudade assim faz doer

Amarga que nem jiló

Mas ninguém pode dizer

Que vivo triste a chorar

Saudade, meu remédio é cantar

Saudade, meu remédio é cantar

Do Dia das Mães e da sensação de fracasso.

Dia das mães passamos em uma cidade serrana aqui de meu Estado. Éramos meu pai, irmão, mãe, tia e primo.

Sorri, brinquei, dormi bem, comi melhor ainda. Conversei com antigos e novos conhecidos, passeei pela cidade, bati fotos, tomei minha cervejinha na pracinha no fim da tarde, vendo a revoada de pássaros canoros, curtindo um friozinho e falando com meu amor ao telefone.

Fui à missa, comunguei e assisti a quatro casamentos.

Na última noite subimos a um restaurante na parte mais alta da cidade. Na mesa muita comida, bebida, troca de presentes, fotos, vídeos. Estávamos saciados, bêbados e felizes. Meu irmão oferece mais uma rodada de bebida para todos. Negamos enfim já estávamos mais que ébrios. Ele fala lacônico- Bebam, vocês vão precisar depois da minha notícia!

Ele faz aquele suspense, saca um papel do bolso, pede a meu primo que o leia. A remoção dele com outro servidor foi deferida. Ele volta ao Estado no prazo de dez dias depois de quatro anos longe. Todos chorando de felicidade, aquela festa!

Eu desabei mas não dei bandeira. Fico feliz por minha mãe , ela sofria muito a ausência dele e eu também.

A causa da minha tristeza é que minha vida não ficará nem um pouquinho melhor com os quatro morando juntos novamente. O apartamento agora é muito pequeno, mal nos cabe. Mamãe faz questão que ele fique com o quarto onde está o closet com minhas roupas e o banheiro que uso.

Resultado, dormirei no menor quarto, com a menor televisão (sou míope de Jó) e sem antena. Um quartinho atulhado, sem ar condicionado e quente. Tomarei banho no minúsculo banheiro social. Não terei acesso a minhas roupas, nem ao banheiro. A internet está na sala e nesse quarto. Ele usará por um tempo a minha mesmo.

Assim, com um simples pedaço de papel, meu irmão conseguiu levar embora o restinho de privacidade e conforto que eu tinha na casa de meus pais e ainda minha paz de espírito. Egoísmo? Pode ser...mas pela mente passou um balanço da minha vida.

Mulher feita e envelhecendo, ganhando pouco, gastando muito, sem dinheiro para morar só, sem companheiro, sem marido, sem filhos, namorado longe, sem amigos, quase sem família, sem carro, sem privacidade ou liberdade. Nessa hora me dá uma vontade de ter, ou ter deixado de fazer muitas coisas de maneira diferente. E pensar que já possui tudo isso que elenquei e não foi a muito tempo. Ontem nem consegui vir trabalhar...que sensação ruim, Meu Deus. Mas vamos em frente, pois como disse Chico Xavier com sapiência: "Ninguém pode voltar e criar um novo início, mas todo mundo pode começar hoje e criar um novo final"

Nunca é tarde para ser rebelde.

Falar em meu pai, a novela Gabriela, foi televisionada novamente na TV em junho de1982, às 22h15, compactada em 12 capítulos.

Eu, a época com 7 anos de idade fui proibida de assisti-la. Aliás, não pude assistir muitos programas na televisão censurados por meu pai. Ele dizia que certos programas eram "imorais" ou "violentos" para uma criança, além de passarem muito tarde da noite.

Lembro também do "Mão Branca" , um programa policial ao qual também não podia assistir. Mas ficava acordada de madrugada olhando pelo buraco da fechadura do quarto deles.

Agora com 34 aninhos achei esse exemplar do Jorge Amado, estou lendo. Bem, realmente não seria uma literatura para crianças, televisionado então nem se fala...

Agradeço a meu pai por ter estendido por mais alguns anos minha inocência pueril.

Xixi fora do vaso.

Hoje pela manhã, mamãe reclamou à empregada que o banheiro de meu pai estava sempre com cheiro ruim.

-Olhe dona, eu limpo que só esse banheiro, coloco água sanitária e tudo. Mas todo dia o vaso fica sujo e salpicado de urina, até no chão e na tampa. Olhe, leve a mal não mas peça para ele "segurar" quando for urinar.

Eu e minha mãe estamos rindo até agora do "pinto torto" do meu pai.

Saudades II- Escrever sempre.

A melhor maneira que encontrei mesmo de lidar com o que estou passando é escrevendo. A cartase das palavras serão sempre benéficas. Postar sempre no blog o que vejo e sinto torna-se uma meta. Aqui deixo um vídeo em que a letra da música é tudo que eu queria dizer a ele.Será que ele sabe? Será que deu tempo? Será?



De qualquer forma o toque do meu celular agora será essa música e eu nem gosto da Beyonce! O que o amor não faz?

Saudades I- Morrendo de véspera

Estou deitada na cama do apartamento quase vazio de meu namorado. O televisor em cima de um engradado de frutas, o ventilador sobre uma caixa da "CECOMIL".

Sexta passada veio a notícia inesperada, depois de sair de uma consulta ao médico estávamos num rodízio de pizzas. Assim de súbito ele iria para longe, sem data para retorno. O chão faltou, a pílula veio fácil e calmante na boca, as cervejas vieram depois. Um misto de revolta, desespero, saudades e aquele choro incontido.

Não era possível, a descrença com Deus veio imediatamente escrevi no "mns" - "The Lord giveth, the Lord taketh away", Uma coisa assim desestabiliza até um monge tibetano. O que fazer? Pedir para ele ficar? Implorar para ir junto?

Depois de um pouco pensar resolvi fazer o que eu poderia e deveria. Enxuguei as lágrimas, guardei as pílulas, sem bebidas ou desespero - ele precisava de mim. De todo apoio necessário, da minha força e do meu amor. Pus-me em seu lugar, ir assim , para um lugar distante, tentar a vida longe da terrinha, sem emprego e sem amigos ainda, com saudades e aquele terrível medo do desconhecido...esse meu amigo tão conhecido!

Enxuguei as lágrimas, sufoquei a dor, ajudei-o a encaixotar suas coisas, fazer sua mala, jogar tralhas fora, limpar o apartamento, lavar a roupa, acompanhá-lo na venda do seu carro e de sua mobília. Cada ato desses era feito com o coração na mão mas o sorriso estava nos lábios.

Vibrei a cada conquista sua rumo a nova vida e tudo efetuado em inacreditáveis dois dias.

Agora olho em volta e sei o que me espera após sua partida: irei ao trabalho, acordarei, me maquiarei, comerei a comida da marmitaria em frente ao escritório, andarei pelo Bairro. Nada mudará enfim,a vida segue seu curso, tudo tem que continuar, o que mudará será a solidão que devora, a saudade sem jeito, a sensação de orfandade , mas sempre há a esperança.

Hoje saímos( a pé pois o carro já fora vendido) para jantar em um restaurante aqui perto. Ele pediu meus pratos preferidos mas o que me alimentou mesmo, não foi a muqueca nem o camarão, foram as palavras -"Eu tenho uma companheira". Estaremos de mãos dadas sempre, eu também tenho um companheiro nessa vida. Desejo o sucesso dele, como o quero rever ou ver, sorrindo com aqueles olhões amarelos que amo tanto.

Que ele volte logo para mim. Eu estarei aqui esperando, na fé que me move e no amor que sinto. Juntos temos a mesma devoção e ele sabe que Nossa Senhora estará conosco até o pescoço. Assim seja e que ela nos ajude.

Pequenas melhorias.

Engraçado como a vida fica boa de súbito com pequenas melhorias. Aluguei meu apartamento que estava fechado desde fevereiro, cheguei até a fazer promessa a Nossa Senhora para alugá-lo.

O ar condicionado do escritório quebrou e compramos um novo , o tal do "split" gela que é uma beleza. Já posso usar negro, meus blazers, lenços e sapatos fechados, fora que adorei o controle remoto pra ficar "bulindo".

Acordo de hora em hora durante a noite para usar o banheiro( tomo laxativos diariamente) e tomar banho. O problema é que meu pai dormia no quarto onde fica o meu banheiro, eu tinha de utilizar o banheiro social, o coitado acordava com o barulho que eu fazia e reclamava. Agora ele resolveu dormir no outro quarto com minha mãe , então meu banheiro é só meu durante a madrugada.

Desde minha mudança meus livros estão empacotados no outro apartamento de meus pais e não tenho como pegá-los. Sou viciada em leitura. Apelei para a biblioteca de meus pais, do meu irmão, do meu namorado, esgotou, li tudo. Ontem arrumando o quarto, achei o livro "COMA" de Robin Cook, vai saciar-me durante uma semana.

Depois de uma bebedeira e encher meu namorado com reclamações e "drs" pendentes passei do estágio da paixão para o amor calmo, que me satisfaz mais. Não gosto de estar muito apaixonada, exijo demais (naturalmente já sou bonequeira pacas), cobro muito, sinto ciúme, procuro "pelo em ovo", vejo defeitos, me desdobro em atenções e mimos... é desgastante demais.

Pequenas transformações e grandes efeitos, que venham mais alívios imediatos!

A ternura inesperada de um sorriso.

Meu namorado divide o apartamento com o irmão dele. Garotinho insuportável, deveras! Está com vinte aninhos também, na fase do "eu posso tudo , o mundo se exploda ou se adapte a mim", dei um desconto aos seus verdes cajus.

Quando comecei a frequentar sua casa tentei conquistá-lo, afinal estava em seus domínios. Eram comidinhas, presentinhos, até arrumei seu quarto, lavei seu banheiro e suas roupas (a máquina na verdade) algumas vezes, mas nada deu jeito. Desisti, me toquei que o rapaz não almejava minha amizade. Passamos a uma convivência estranha, mas conveniente. Não nos falávamos. Era estranho, mas bom para os dois e cômodo.

Anteontem ele se mudou para morar com amigos, eu estava no apartamento, sua mãe veio e a ajudei a encaixotar as coisas dele. Ela pediu a meu namorado para levá-los. Despedi-me dela e desejei secretamente sorte a ele e fiz uma pequena prece.

Após saírem ele retornou para pegar algo que esquecera. Abri a porta e fui a cozinha. Ao sair ele me olhou e com um sorriso tímido, de cantinho de boca disse "Tchau,valeu!".

Eu que achei que ele não sabia sorrir, sorri também, com a ternura inesperada daquele sorriso.

Falando em Espiritismo...

Quero ver "Chico Xavier" mas não existem cinemas.

Que eu adoro filmes não é novidade para ninguém, que eu adoro o Chico Xavier e sua doutrina tampouco. Mas o que me dá um desgosto de ir assistir filmes no "cinema" hodiernamente são essas salas de projeção que existem nos shoppings. Não confundo NUNCA uma Sala de Cinema com uma Sala de Projeção. Esses projetores nessas salinhas minúsculas, abafadas, sem luxo ou conforto, sem espaço para estirar os pés, colocar o copo de refrigerante, com a pivetada a gritar em meus tímpanos e os vizinhos de cadeira a praticamente bafejar em mim, realmente não me apetecem. Fora que nos cobram os tubos no estacionamento, na pipoca, na bebida e no preço do ingresso.

Chico Xavier perdoe querido, mas agora só verei o documentário de sua vida no DVD ou no Computador.

Tintura para cabelos longos.

Hoje fui as Lojas Americanas aqui perto do meu escritório, comprar uma Coca zero pra mim. Vi o lançamento de uma tintura que me interessou por demais, Maxton kit de tintura completo. Achei perfeita pois tem 20 por cento a mais de tintura, ideal para meus cabelos compridos. Da última vez que tingi usei só um tubo de tintura e o meu cabelo ficou desbotado. O precinho estava da hora R$ 9, 99. Não comprei pois estava realmente sem dinheiro.

O primeiro na foto acima é o que vou comprar. A tonalidade é castanho escuro, 3.0. Perfeito!

Filmes bíblicos.

O que há de melhor na Semana Santa são os filmes bíblicos que se proliferam na televisão. Como são belos e nos inspiram elevados sentimentos! Assisti umas três versões da Paixão de Cristo, os Dez Mandamentos e estou esperando para assistir o Manto Sagrado. Como uma boa neocristã tenho sede de conhecimento bíblico, tenho anseio por Jesus e seus ensinamentos. Que ele me ilumine agora e sempre. Renovada minha fé desejo o que há de melhor para todos.

Vaidade, onde estás?

Hoje olhei para mim e tomei um susto. Daquela mulher bem cuidada e vaidosa que antes via no espelho, vislumbrei apenas uma sombra. Unhas roídas e esmalte descascado, cabelos sem brilho e desbotados, pele sem viço, olheiras, pele grossa, uma indelével ruguinha na testa, sobrancelhas por fazer, lábios rachados, depilação e clareamento de pelos vencidos etc.

Esqueci de me cuidar mesmo esses dias. Bem, aproveitando o Feriadão e o fato de meu namorado estar trabalhando, vamos voltar aos bons e velhos cuidados de mim. Afinal meu corpo também é meu templo.

Vamos comer porque fumar mata...

Aniversário do irmãozinho de seis anos do meu namorado. Festa de criança é sempre animada não é? Mas não era o caso, na verdade a família do pai dele não me apraz mas isso são outros quinhentos. Coloquei uma roupa de trabalho(sem saco para me arrumar), dois calmantes na boca ( para aguentar a adorável madrasta dele) e fui pra comer mesmo e comi além da conta, estou suando até agora. Meu namorado caiu desmaiado na cama com o "bucho" cheio. Agora comer até passar mal é meu mais novo passatempo. Sem o cigarro parece que a fome triplica. Relutei em ir mas quando eu pensei na comida...a "passa-fome" aqui topou na hora! Comer é bom demais, sempre achei melhor que tudo. Como uma boa ex-gordinha, a comida foi durante muito tempo minha melhor amiga.

Agora mudei, minhas melhores amigas agora são uma latinha de cerveja, uma baciada de comida e minhas pílulas. Très chic, oui? Decadência total? Mas pensando bem é isso que a gente leva daqui mesmo...Senhor, dai-me o prazer mundano de cada dia. Ah, esqueci, não gosto de chocolate mas como adoro comer, ainda tem dois ovos de páscoa branco com frutas vermelhas me esperando para o Feriado...(Se alguém ouvir um barulho surdo por aí fui eu que explodi)